Fonte Imagem: Nit
Premisa
“The I-Land” conta a saga de dez pessoas que acordam numa ilha deserta e perigosa, sem memória de quem são ou de como lá chegaram. Cedo, elas percebem que terão de enfrentar alguns desafios físicos e psicológicos para sobreviverem.
Opinião
Logo nos primeiro minutos da série, é impossível não fazer uma analogia directa com a célebre “Lost”, pese embora nós da tripulação nem sequer tenhamos assistido a esta. Apenas conhecemos o seu conceito. A construção gráfica e a escolha da sonoplastia lembra, de igual forma “3%”, outra produção da Netflix, com o senão de “The I-Land” estar muito abaixo desta . O conceito puxa também um bocado por “black mirror” (mas desprovida do talento desta).
Sem mais delongas, “The I-Land” é pouco original e simplesmente desastrosa. Ela gira entre o enfadonho e o ilógico. Algumas sequências são tão absurdas que acabam arrancando algumas gargalhadas, embora não haja graça nenhuma. Quando um personagem que acorda sem memórias, numa ilha deserta, decide ignorar estas circunstâncias assustadoras e prefere ficar relaxado a apanhar banhos de sol na praia, revelam-se claros indícios de haver um sério problema na caracterização dos personagens. E o que dizer do personagem que vai para o mar, mesmo tendo visto um colega ser morto por um tubarão nesse mesmo mar?
Não é assim de surpreender, que os personagens ao longo da trama não evoluam, não parem de revelar sistematicamente as suas inconsistências, e até mesmo desinteresse em estarem aptos a dinâmica que a narrativa exige. Perante escolhas que podem determinar a vida ou a morte, os personagens fazem decisões simplesmente arbitrárias, sem qualquer raciocínio. As relações e a dinâmica entre os personagens é extremamente artificial, sem nada de orgânico.
É como se aos criadores da série, faltasse total atenção aos detalhes da narrativa, deixando passar estas terríveis falhas.
Ao longo da trama acompanhamos com alguma profundidade a história da protagonista Chase (Natalie Martinez), KC (Kate Bosworth) e Cooper (Ronald Peete), mas os restantes sete, não parecem suficientemente importantes para serem desenvolvidos. Há única coisa que sabemos acerca de todos eles, é que carregam alguma culpa, razão pela qual, encontram-se na ilha. Talvez resida aqui, algum mérito da série, a discussão filosófica que pretende trazer, sobre o que é moralmente condenável, e se o comportamento criminal do homem é inerente à sua natureza, ou às circunstâncias e o ambiente em que se encontra. Debate pertinente, mas cuja relevância acaba por perder-se pela pobre execução, e a narrativa tão mal escrita.
Apesar de ser uma série limitada, com apenas (felizmente) 7 episódios, não se recomenda.
Confira o trailer:
A nossa classificação: 1.5 de 5 estrelas