Cinema (Filmes / Séries), Opiniões, Resenhas

CINEMA | To the Bone (o mínimo para viver ) – Uma realidade incómoda| OPINIÃO

MV5BMTU1MTQ0NDAyNV5BMl5BanBnXkFtZTgwNjQ4MjE4MjI@._V1_UX182_CR0,0,182,268_AL_Título: To the Bone (BR: O mínimo para viver)

Direcção: Martin Noxi

Elenco Principal: Lily Collins, Carrie Preston, Lili Taylor, Keanu Reeves

Género: Drama, Comédia

Ano: 2017

 

Sinopse:

 “Uma jovem (Lily Collins) lida com um problema que afecta muitos jovens no mundo: a anorexia. Sem perspectivas de se livrar da doença e de ter uma vida feliz e saudável, a moça passa os dias sem esperança. Porém, quando ela encontra um médico (Keanu Reeves) não convencional que a desafia a enfrentar a sua condição e abraçar a vida, tudo pode mudar.”

Opinião:

Medos, paranoias, distúrbios mentais, muitos já experimentamos ou pelo menos temos noção das implicações que estes estados têm na nossa vida. A película “to the bone”, revela ao pormenor como a anorexia pode transformar-se no mais grave dos distúrbios psicológicos. Ao longo da trama, somos expostos ao absurdo dia-dia de quem sofre com este mal. Apesar de o conflito vivido pelos personagens ser angustiante, a trama tem alguns momentos engraçados. Todavia, algumas cenas são tão incómodas, que a graça acaba por ultrapassar-nos. Há que realçar, entretanto, que é exactamente nesse aspecto, na perplexidade que a estranha realidade causa, onde encontrámos o louvor do filme. A película tem também uma boa fotografia.

 

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Imagem via Netflix

Outra temática abordada na trama é a forma como famílias disfuncionais podem moldar comportamentos, e o impacto das redes sociais nos adolescentes. A actriz que dá vida à Ellen – Lily Collins – causa algum choque ao apresentar-se em pele e osso no ecrã. Ao que consta, na altura perdeu muito peso para entregar-se à personagem, no qual navegou com naturalidade, visto que ela própria, em algum momento, enfrentou um problema parecido. O esforço não passa despercebido aos olhos dos críticos que acharam tanto a transformação como a performance de Lily, excepcional. A agradável surpresa deste filme, é também a participação de Keanu Reeves, na pele do médico terapeuta de Ellen. Uma actuação leve, que mostra a versatilidade do astro que já nos habituou a papéis mais movimentados e densos. No geral o filme é comovente e passa uma forte mensagem, fazendo-nos reflectir sobre este problema que afinal, é bastante preocupante, nuns contextos mais que em outros.

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Imagens via Netflix

A nossa pontuação: 3,5 de 5 estrelas.

Confira o trailer:

 

Cinema (Filmes / Séries), Opiniões, Resenhas

Cinema | “NAPPILY EVER AFTER” – Porque é que as mulheres deviam ver este filme| Opinião

 

Título: Nappily Ever After (PT: Agarra-te à vida, não ao cabelo)

Direcção: Haifaa al-Mansour

Elenco Principal: Sanaa Lathan, Ernie Hudson, Lyig Bent, Lynn Whitfield, Ricky Whittle e Camile Guaty

Género: Drama, Comédia Romântica

Ano: 2018

Sinopse:

“Violet Jones é uma mulher bem-sucedida que considera a sua vida perfeita. Um óptimo namorado e uma rotina organizada meticulosamente para conseguir estar sempre impecável. Quando o seu namorado mostra-se não ser quem ela esperava, Violet muda a vida radicalmente, descobrindo que o caminho em que se encontrava não era o ideal”

Opinião:

A Netflix continua a apostar em comédias românticas que tendem a mirar-se no seu público. A história de Violet, uma mulher de sucesso, que desde cedo alisa o cabelo para ter a aparência ideal e desejável pela sociedade, não é uma realidade estranha. Como muitas pessoas, Violet tem tudo para ser feliz, mas falha esse desiderato por uma simples razão: é a felicidade dos outros, e não a sua, que ela persegue. Ela percebe isso quando raspa o cabelo, numa intensa cena que faz rir e chorar ao mesmo tempo. O filme é baseado no romance de Trisha R. Thomas, e aposta em Sanaa Lathan para emprestar o lado leve e vulnerável de Violet. A trama tem uma e outra reviravolta comovente, mas de forma geral acaba sendo um lugar comum.

Apesar disso, é um filme bastante oportuno para o seu público alvo, especialmente para as mulheres que gostam do cabelo natural, seja ele crespo, liso, ou de qualquer outro feitio. Afinal de contas, vivemos numa sociedade que incentiva-nos a ser tudo, menos nós mesmas. Somos codificadas a acreditar que certo tipo de cabelo, de roupa, de corpo e até de comportamento, são melhores que outros, e acabamos por nos esquecer que tudo isso não passa de mero fabrico da sociedade. Aliás, para cumprir agendas impostas por essa mesma sociedade, afundamos as nossas necessidades e prioridades e acabamos por nos perder no abismo. A verdade é que não existe beleza física possível, sem brilharmos por dentro. Não é errado gostar-se de extensões, ou de cabelos lisos, até porque tudo o que nos torna belas é desejável. Errado é fazerem-nos acreditar que o cabelo natural é feio. O filme desmistifica essas possíveis inverdades e revela de forma gratificante, a protagonista a assumir o seu verdadeiro eu, depois de muito rebuscar a sua alma.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=3xh9XFxo2Hg

Imagens via Netflix.

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A nossa pontuação: 4 em 5 estrelas.

(por VF – da tripulação)

Cinema (Filmes / Séries), Resenhas

Cinema| – “SET IT UP ” para uma tarde aborrecida de Domingo |Opinião

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Título: Set it Up (BR: Plano Imperfeito

Direcção: Claire Scanlon

Elenco Principal: Zoey Deutch, Glen Powell, Taye Diggs e Lucy Liu

Género: Comédia Romântica

Enredo:

Desesperados por um pouco de sossego, dois assistentes criam um plano para fazer com que os seus dois chefes apaixonem-se.

Opinião:

Bom, depois das habituais atribulações da semana e da jornada laboral, às vezes o queremos num Domingo é tranquilidade, um filme leve para assistir e até quem sabe pipocas caseiras a acompanhar, não é verdade? Foi nessa senda que num fim de semana espreitei o trailer de “Set it Up” na Netflix. Cheirava a mais uma comédia romântica mediana cheia de clichés. Afinal, o trailer não era tão esclarecedor assim. Apesar dos seus contornos previsíveis, o plano diabólico de Charlie e Harper para que os seus horríveis chefes apaixonassem-se é hilariante e rende boas gargalhadas. Neste ambiente, de forma muito subtil, o filme remete também à outros temas, como independência, empoderamento e redescoberta tanto a nível profissional como pessoal, mostrando-nos que nunca é tarde para recomeçar. Quanto as actuações, para além de Lucy Liu, uma boa actriz, não conhecia os outros actores, mas a jovem que dá vida à Harper parece natural no seu papel, o que torna a personagem dela das mais engraçadas. O roteiro falha ao não desenvolver como merecia a relação dos dois chefes e os outros temas de fundo. A dada altura, é feita referência ao filme “the Parent Trap” (PT: Pai para mim, mãe para ti/BR: Operação cupido), que acaba inspirando todo o conceito de Set it Up. Enquanto considero the Parent Trap um clássico, acho que Set it Up não possui nenhuma robustez que o assegure tornar-se um filme inesquecível na memória dos telespectadores. Algum problema? Bom, eu não vejo mal em, de vez em quando, passarmos umas horinhas descontraídas, com um filme sem muita (ou nenhuma) profundidade para aquecer os neurônios. Este é o tipo de filme para quem procura isso. Ligeiro e engraçado, bom para uma tarde aborrecida de Domingo.

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Imagem via Netflix

Confira o trailer:

A nossa pontuação: 3,8 em 5 estrelas

(Por VF – da tripulação)