Outras maravilhas humanas

Maravilhas humanas | Birth of a New Age, canção de Jeangu Macrooy

Fonte Imagem: Wiwibloggs

Na categoria de maravilhas humanas, trazemos hoje nesta pequena resenha, a cancão “birth of a new age” do cantor Jeangu Macrooy, tema que concorreu recentemente no concurso de música Eurovisão 2021, representando a Holanda. O cantor surinamese Jeangu Macrooy, residente na Holanda, cantou esta música em inglês e na sua língua materna. Veja abaixo, uma parte da letra:

Your rhythm is rebellion / o teu ritmo é rebelião

They spat on your crown and they poisoned your ground / Eles cuspiram na tua coroa e envenenaram o teu solo

They burned your heroes at the stake / Eles queimaram os teus heróis na fogueira

But your voice will echo all their names / Mas a tua voz ecoará todos os seus nomes

They buried your gods, they imprisoned your thoughts / Eles enterraram os teus deuses, eles aprisionaram os teus pensamentos

They tried to drain you of your faith / Eles tentaram drenar a tua fé

But you are the rage that melts the chains / Mas tu és a raiva que derrete as correntes

This ain’t the end, no / Este não é o fim, não

It’s the birth of a new age / É o nascimento de uma nova era

Yu no man broko, broko mi (mi na afu sensi)

Ora, a frase “Yu no man broko mi, mi na afu sensi“ é baseada num antigo dizer surinamese que significa “sou apenas meio cêntimo, mas ninguém pode quebrar-me”. O meio cêntimo era na altura a moeda mais pequena. E este dizer significa: “podes pensar que sou pequeno e inferior, mas não posso ser destruído”.

Este belíssimo tema parece trazer diversos significados. Por um lado é dito que reflecte questões políticas e sociais, em resposta ao movimento “Black Lives Matter”, mas a nosso ver, reflecte também sobre o que aconteceu a muitos povos negros e africanos, e em última análise, de forma geral, inspira o empoderamento do ser humano.

Confira a canção no link abaixo:

Human wonderworks | Birth of a New Age, song by Jeangu Macrooy

In the category of human wonderworks, today we bring in this short review, the song “birth of a new age” by the musician Jeangu Macrooy, a theme that recently competed in the Eurovision music contest, representing the Netherlands. The Surinamese singer Jeangu Macrooy, who lives in the Netherlands, sings this song in English and in his mother language. Below, is an excerpt of the lyrics:

Your rhythm is rebellion

They spat on your crown and they poisoned your ground

They burned your heroes at the stake 

But your voice will echo all their names

They buried your gods, they imprisoned your thoughts

They tried to drain you of your faith

But you are the rage that melts the chains

This ain’t the end, no

It’s the birth of a new age

Yu no man broko, broko mi (mi na afu sensi)

Well, the phrase “Yu no man broko mi, mi na afu sensi” is based on an old Surinamese saying which means “I am only half a cent, but no one can break me”. The half cent was the smallest coin at the time. And this saying means: “you may think that I am small and inferior, but I cannot be destroyed”.

This beautiful song seems to bring several meanings. On one hand, it has been said that same addresses political and social issues, in response to the “Black Lives Matter” movement, but in our view, it also reflects on what happened to many black and African peoples, and, ultimately, in general, it inspires human’s empowerment.

Check out the song on the below link:

Outras maravilhas humanas, Resenhas

|Maravilhas humana| Txopela de Stewart Sukuma

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Imagem: SapoNoticias

No imaginário infantil, no trópico de Capricórnio, txopelar nunca foi, tão só, uma aventureira e arriscada viagem de alguns segundos ou minutos. Muito pelo contrário, é a realização de sonhos que exorcizam vontades recalcadas. Noutros tempos, as crianças se penduravam nos taipais dos Land Rover, dos Bedfords e Ifas, até nas bicicletas se boleiam aproveitando a distração do pedalante, para provarem ao mundo a sua agilidade e destreza.

A modernidade transformou os veículos, mas nunca o sentido da aventura. Hoje, txopelamos em chapas de outras latitudes. Carroçarias empilhadas e a determinação de uma vontade que perdeu a ingenuidade. As emoções e os prazeres, não se algemaram no tempo e, testemunham a sua longevidade. A verdade foi sempre a filha do tempo e a sabedoria a filha da experiência. Txopelar combina o espelho da alma para dar sentido as vivências e experiências de Stewart Sukuma.

A janela da alma habita no intelecto e, lá se encontram os sentidos. Todos ou alguns. Mas, só o cérebro percebe o que é transmitido pelos sentidos. As imagens, ainda assim, viajam no sentido inverso. Muito antes de qualquer transmissão, revelam a plenitude da natureza e a graciosidade de uma mulher miscigenada. Estas as imagens que combinam à memória, à sensualidade e a luta de um povo, de várias gerações, o clamor pela vida e pela luz, a força de todos estes tempos e outros que ainda estão para chegar.

Assim, como uma canção harmoniosamente bem tocada proporciona um prazer efêmero, uma imagem expressiva, abre as portas para um mundo de sonhos. A ideia pareceu simples. O tempo amadureceu e o txopela se reconfigurou. Ganhou sua identidade e transportou milhões de seguidores. Txopela deu boleia a lusofonia e entrou pelas nossas casas desregradamente. Ninguém desgostou. Pelas telas se transformou numa colmeia de abelhas que se deliciaram de um mel que soube a pouco. Agora regressa à conta-gotas.

Ainda juvenis aprendemos que as imagens são irmãs dos sons agradáveis. Esta aula deve ter interessado sobremaneira ao Stewart Sukuma. Ainda tacteava o seu mundo, o seu espaço. A adolescência empurrou para o sentido da audição. Privilegiou o que mais mexe com os corpos e menos com a mente.

Sukuma foi o promotor do txopela. Internacionalizou uma das expressões mais acarinhadas do país. Txopelando a tecnologia e a beleza genuína da paisagem e suas histórias, articulou como ninguém, o que de melhor este país teria para oferecer.

A música e as imagens, em movimentos ou fixas, são feitas para dar vida e harmonia ao tempo. O bom músico tem dois propósitos. Fazer da vida dos que escutam um tempo mais agradável e, pintar no nosso imaginário o txopela das emoções. O verdadeiro sentido da harmonia reside nesta combinação e seleção do que de melhor o nosso país pode oferecer.

Txopela palmilhou o país de lés-a-lês. Porém, perdeu-se de amores na Ilha dos poetas. Aqui neste espaço-tempo território onde as pétalas tem sabor a maresia, os espíritos desgrudam-se de árvores centenárias, escritores vendem suas almas e, os temperos, enfeitiçam visitantes desavisados. Muhipiti, também, vive txopelada nas ondas de uma onda que aquece o Índico.

Somos todos insulares e nos refugiamos no continente, procurando uma clave de sol que ficou tatuada na memória das paredes das imagens espalhadas pelos nossos corações. Vivemos txopelados pela modernidade de cores e luzes, de um vento que soprara para todo o sempre. Estas imagens são uma cumplicidade de sentimentos, de panorama da qualidade do mais moderno écrans televisivo, misturando em única imagem, o passado, presente e o futuro de forma exuberante.( X)

Jorge Ferrão

Resenhas

7 passos para superar o fim do relacionamento através da música

O fim ou a perda de qualquer relacionamento humano (amizade, namoro, rompimento familiar) é doloroso. Especialmente quando a pessoa com quem rompemos é importante para nós. Por isso os psicólogos equiparam à uma perda física. É dito, inclusive, que os 5 estágios da perda (negação, negociação, ira, depressão e aceitação) também aplicam-se a um rompimento.

Há quem atravessa esses estágios de uma vez. Há quem o faça aos poucos. Há quem não segue a sequência, e há os mais fortes, que dispensam algumas ou todas essas etapas.

Onde entra a música aqui?

Bom, canções não servem somente para entreter. Elas têm um impacto mais profundo no nosso consciente. Assim é, que na psicologia desenvolveu-se a corrente da musicoterapia.

A resenha de hoje traz temas musicais, que podem servir de terapia no processo do rompimento, caso o seu coração esteja a atravessar uma fase mais cinzenta. Vamos a isso?

Fase 1 – Em buscas de respostas

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A fase mais melancólica e dramática. Não importa se você é homem ou mulher, se foi obrigado(a) a terminar, ou se foi você o largado(a). Nessa altura, é normal buscar-se respostas.  Questionar o porquê do fim. Afinal, a repentina ausência daquela pessoa, dói. Aproveite para escutar as músicas nesta secção. Sinta-se à vontade para gemer na almofada, pois não há vergonha nenhuma nisso. Faz parte do processo.

Where did we go wrong – Toni Braxton e Babyface

Onde é que falhamos? Será que é tudo culpa minha?”

Ilegal – Shakira

Desde que foste embora, ando a roer as unhas. E a fazer-me as mesmas perguntas, de novo e de novo

Fase 2 – Negação

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Imagem: Shutterstock / Antonio Guillem

Claro, tem aqueles momentos em que simplesmente nos recusamos a aceitar que acabou. E agimos como verdadeiros tolos. É normal. E há quem está pior que nós. Escute:

Impossível acreditar que perdi você – Toni Platão

Não, eu não consigo acreditar no que aconteceu. É um sonho meu, nada se acabou. É impossível, não consigo viver sem você. Volte, venha ver, tudo em mim mudou

Fase 3 – Negociação

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E então, caímos na asneira de implorar e tentar negociar. Dizemos que vamos melhorar os nossos defeitos, que vamos abandonar certos hábitos (ao estilo super dramático de Leonardo). Não faça nada disso. O amor não se mendiga. Ninguém muda nem dá nada, se não quiser fazê-lo por iniciativa própria. Portanto, Se for negociar, inspire-se na música abaixo, só e somente se achar que de facto vale a pena lutar por esse amor.

If you leave me now – Chicago

Se me deixares agora, levarás grande parte de mim. Por favor, não vás. Quero que fiques. Um amor como o nosso é difícil de encontrar

Fase 4 – Recaída

A certa altura, um dos dois vai ficar tentado a voltar atrás. Nem que seja apenas para relembrar os velhos tempos. Nesse momento, entra-se numa espécie de limbo. Afinal de contas, a relação terminou, mas vocês continuam a ver-se. Lembre-se apenas de uma coisa: você não nasceu para ser joguete. Grandes são as chances de as coisas continuarem onde estão, ou seja, no término. Para o seu próprio bem, evite as recaídas. Vá mas é sair com amigos, curta aquele futebol, aquele cineminha e quando sentir-se prestes a cair em tentação, dance ao som destas canções:

Dance you off – Benjamim Ingrosso

Quero apenas dançar até esquecer-te. Quero sentir este momento com qualquer outra pessoa, menos tu. E vou conseguir

Call me when you’re sober – Evanescence

Não chores para mim, se me amasses, estarias aqui comigo. Se me queres, vem encontrar-me. Decide-te

Fase 5 – Ira

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O fim de um relacionamento, principalmente se repentino e “injusto”, pode deixar-nos irados. Por tudo o que sofremos, temos todo o direito de nos sentirmos zangados. Liberte a fúria, e grite ao som destas músicas:

Love yourself – Justin Bibier

Tenho estado tão concentrado no trabalho que nem me apercebi do que estava a acontecer. A verdade é que durmo melhor sozinho

Irreplaceable – Beyoncé

Não vou derramar uma lágrima por ti. Nem perder uma sequer noite. Porque na verdade o que impora é que substituir-te é muito fácil

Never ever – Taylor Swift

Nós nunca, nunca, jamais, voltaremos a estar juntos

Enquanto eu brindo cê chora – Bruno e Marrone

Enquanto eu brindo ‘cê chora. Porquê não levanta da mesa tem táxi lá fora? Você se achava perfeita, insubstituível. Te ver desse jeito chorando era tão previsível

Fase 6 – Aceitação

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Source: Image Source/Dan Bannister / Getty

Depois do momento da ira, começamos a aceitar a realidade. Acabou. É normal sentir saudades. Ainda assim, somos capazes de compreender que a dor aos poucos passará. Há que ter paciência e ser gentis connosco mesmos.

 Better in time – Leona Lewis

Com o tempo, vai melhorar

Sleeping with a broke heart – Alicia Keys

Esta noite vou encontrar uma forma de seguir sem ti

Fase 7 – caminho da esperança e rumo ao futuro

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Imagem: Pinterest – in Breath Travel

E então, chega a fase em que você volta a sentir-se forte, de bem com a vida, cheio(a) de esperança. Celebre a vitória do coração sarado ao som destas músicas:

Survivor – Destiny Child

“Sou uma sobrevivente, não vou desistir, continuarei a sobreviver”

I’m still standing – Elton John

“Continuo em pé. Bem melhor que antes”

I’m still breating – Toni Braxton

“Achaste que o meu mundo ia acabar, no momento em que saíste por aquela porta? Não, não eu. Ainda estou a respirar”

A canção campeã…

Afinal de contas, o mais importante, antes de tudo e de qualquer coisa, é sabermos ser felizes, perfeitamente sós. Procede?

Perfeclty lonely – John Mayer

Nada por fazer. Ninguém senão eu próprio. E é tudo o que eu preciso. Estou perfeitamente só. E é desse jeito que quero estar

Outras dicas:

Quando estiver triste por causa de um rompimento, tente fazer coisas que o animem. Não remoa o assunto. Foque-se em si, viaje bastante, esteja com amigos(as), divirta-se, e sobretudo, ame-se muito. Não se agarre ao passado, nem se deixe levar pelo pensamento de que você fez algo de errado. Se terminou, talvez, simplesmente, não fosse para ser.

Outras maravilhas humanas

Mércia de lutas e sonhos – por Jorge Ferrão

Quando o dia terminar e, o sol tropical não tiver mais cores para projectar, na imensidão de todas as superficies e montanhas , nos lagos e baías, nas florestas e nos Palmares, não nascerá somente um novo dia, mas a vontade de lutar e vencer de quem faz da vida uma bandeira, do estudo um trunfo, das oportunidades um espelho. Gostaria de ter dito estas e outras palavras a Mércia. Jovem menina da UP Maxixe, estudante de leis e interpretações jurídicas, que acredita em Deus e, entende que Deus jamais escreve torto por linhas direitas  ou ,igualmente, torto em linhas tortas.

Ninguém é perfeito. Frase secular que, nem por isso,  revela o tamanho da perfeição. Existem milhões de pessoas que não tendo deficiência, alguma e aparente, possuem outras deformações. Mas, existem os que tendo uma deficiência, sequer são notados e parece viverem sem nenhuma. Vivem como batalhadores e, se auto- superam a cada dia e minuto de suas vidas. Vivem como se o dia fosse o último e só sabem fazer bem e assertivamente!

Mércia , essa jovem estudante natural da Massinga e estudante de Direito, nossa estudante, já no quarto ano e com metas bem definidas, veio para o mundo sem os braços. Complicações congênitas. Nunca se intimidou e, vitoriosa, escreveu sua própria trajetória. Agradece a Deus pela graça e dom da vida e, supera as adversidades, como se a vida não tivesse obstáculos.

Trato fácil, sorriso desmedido, franzina,  e caprichosamente questionante, Mércia nos ensina que os sonhos não tem limites, que os atributos mais nobres serão sempre o carisma, a inteligência e o charme. Fala de tudo um pouco, quer visitar a Itália, aprender italiano, trabalhar e ajudar outras crianças para que a educação inclusiva seja educação e não projecto. Mércia quer ser solidária e activista de causas. Solidarizar o natal de todos os meninos e, como recompensa, apenas quer um sorriso.

Conviver com um estudante, faz de nós aprendizes. Com dois estudantes, nos transforma em seus admiradores, porém vivenciar e testemunhar o percurso de perto de 60 mil estudantes, de todas as origens e desejos, nos transforma em verdadeiros seguidores.  Caçadores de talentos e profecias. Dos meus estudantes eu aprendo, a cada dia, muito mais que o sentido hermenêutico das palavras, mas o valor das suas ações, o fascínio dos seus sonhos e o delírio das suas convicções. Vivo nesta escola cujo sumário parece ser o mesmo, porém, o recital nunca se faz com o mesmo refrão.

Por estes dias vivi, com intensidade as graduações e as vontades de triunfo, de buscar, de trabalho, de afirmação profissional. Escutei juramentos e centenas de recados. Jovens de um país, onde 60% da população tem menos de 25 anos de vida. Intelectuais que travam uma luta tenáz contra as oportunidades e as tecnologias. Mércia, Foi das que mais me impressionou. Entendo, também, que o Chefe de Estado a tenha visitado na sua própria residência e oferecido um laptop, que ela usa com orgulho. Aliás, Mércia dispensa apresentações, mas, acredito, que conhecemos uma jovem de Facebook e não de alma, uma lindíssima menina de notas brilhantes, mas desconhecemos a profundeza do seu talento.

Os livros nos ensinam o sentido da idade, razão, identidade e o mundo. Não podem ensinar tudo. A experiência e o tempo são outros professores. Livros e vida combinados são imbatíveis gestores da nossa trajetória! Estou grato pelo que pude apreender da Mércia. Ela já é um símbolo incontornável da UP, mas, breve, será esse mesmo símbolo para os jovens da sua idade e com as deficiências das quais padecem! Mércia será a líder do passado que quisemos construir, do presente que ajudamos a transformar, e desse futuro de sonhos e realizações e de lutas e sonhos realizáveis!

Texto de Jorge Ferrão